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Vistoria de Vizinhança. O produto que se antecipa aos problemas



Se você mora em um condomínio que possui obras de novos prédios nas proximidades, saiba que há um razoável parâmetro para antever se tais vizinhos trarão problemas do ponto de vista técnico, em questões ligadas essencialmente a engenharia.


Se a obra do lado começou e ninguém procurou o seu condomínio para avisar ou ao menos anunciar a intenção de fazer uma Vistoria de Vizinhança, tem-se aí um parâmetro que carrega um tom de profecias nada agradáveis.


O motivo desse alarmismo é simples. Documentar tempestivamente as condições das edificações que podem ser impactadas por uma nova obra é das questões mais básicas, mais

elementares em se tratando da Engenharia Diagnóstica. Além de tudo, é um produto que agrega boa-fé pela transparência que propicia.


Se o seu caso não é tão dramático, tendo havido uma sinalização da construtora quanto à elaboração de tal documento, há ainda outros cuidados a serem observados.


O natural viés de quem constrói é registrar minuciosamente todas as manifestações patológicas preexistentes nas edificações vizinhas, principalmente aquelas que possam ser tecnicamente associadas aos serviços de escavação, fundação e vibrações advindas do emprego de certos equipamentos. Com isso, as páginas que importam desse Relatório de Vistoria de Vizinhança conferem grande protagonismo a eventuais fissuras (na estrutura ou nas vedações), além de desplacamentos de revestimento de fachada.


Mas não basta voltar a atenção para os problemas preexistentes. Haveria dificuldades consideráveis - ou fragilidades de evidenciação, para os mais otimistas - em futuramente se estabelecer o devido nexo causal para um problema surgido em uma área do prédio vistoriado, que antes não possuía qualquer falha ou anomalia. Em outras palavras, ainda que de forma amostral, é indispensável que se empilhem evidências fotográficas das partes da edificação influenciável que estavam isentas de não conformidades. Do contrário, restará sempre um espaço para discussões pouco proveitosas.


Além dessa correção de rota no que toca à abrangência da Vistoria de Vizinhança, outra boa prática aponta para colocar alguém de confiança – um encarregado, por exemplo – para acompanhar as caminhadas por todo o prédio pelo pessoal da construtora. É uma forma razoável de compartilhar as informações que interessam.


Adicionalmente, vale informar que é também comum submeter o Relatório quando pronto para assinatura de ciência da parte impactada. Isso é adequado. Desarrazoado é deixar sua assinatura em um produto com fotos não coloridas, para as quais não se sinaliza – de forma individual, as datas de registro ou em um trabalho que precariamente explicita a metodologia, limitações e normas técnicas utilizadas. Esses erros grosseiros ainda são recorrentes, especialmente quando a construtora prefere “otimizar” colocando o engenheiro de produção que tocará a obra para elaborar tal laudo, em vez de firmas especializadas do ramo da Engenharia Diagnóstica. Um exemplo prático para auxiliar no diferencial da especialização.


Uma fissura em dada viga é retratada numa linda foto colorida e datada. Tudo constando no escopo de um Relatório de Vizinhança visualmente agradável, bem organizado e entregue em um papel que, pela gramatura, já atrai credibilidade. Como síndico, dou ciência do trabalho e vou dormir tranquilo, certo de que aquela fissura não seria problema imputável aos executores da obra vizinha, certo?


Não.


A fissura que já existe pode muito bem mudar o seu aspecto – na abertura, por exemplo – justamente por conta da nova condição de contorno, a obra vizinha. A maneira mais adequada de examinar isso seria então com a prévia mensuração da abertura dessa fissura. Nesse ponto, dificilmente alguém encontrará tal zelo no produto feito pela construtora, que tende a simplificar as coisas: “Está aqui a foto. Essa fissura já existia”.


Uma dica final e quase sempre disponível é fazer o próprio condomínio a sua Vistoria de Vizinhança ou, caso o orçamento esteja mais apertado, contratar um serviço de assessoria

que acompanhe criticamente o que a construtora documenta.


Sem negligenciar a sua cautela, aí sim, há como se dormir tranquilo.

 
 
 

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